terça-feira, 30 de março de 2010

AS BRIGAS DA MINHA MÃE!



Na vida temos uma tendência nata de duelar. Por vezes duelos francos e honrados... E por vezes duelos que se travam sem o menor respeito pelo adversário... Estes em geral... são os que doem mais...

Por quê é que Dra. G já acorda de mau-humor? Cara, é sério, hoje eu olhei uns scraps que ela deixou no meu Orkut, e fotos e de repente senti uma certeza que há anos eu não sentia: de que eu a amo muito. Ela é uma pessoa dura, amarga, forte, difícil, mas é uma pessoa que eu amo! Só que nós brigamos tanto, discutimos tanto, o que desperta em mim tanta raiva, frustração, rancor e agressividade que as vezes esqueço o que realmente sinto por minha mãe. Eu acho que nós somos sim influenciados um pouco pelo meio em que convivemos e se vivemos em um seio violento, barulhento e problemático, acabamos ficando assim... Violentos, barulhentos e problemáticos. E é aí que me pergunto... O que leva Dra. G a viver neste clima? Eu sei que ela tem muitas frustrações, e razões próprias para sentir o que sente, mas ela não pode continuar a viver assim, sentindo essa raiva toda dentro de si e agindo agressivamente com todos que a cercam. Se isso é um pedido desesperado de socorro, eu preciso te dizer Dra. G: você se expressa muito mal! Você não se expressa como quem pede ajuda e socorro, você não está dizendo que está se sentindo só, perdida, infeliz e que quer uma solução! Você está dizendo ao mundo que ele é o culpado de todos os seus problemas, que você é apenas uma vítima e que o odeia por isso. E por isso sempre enumera tudo de mal que ele te fez, pois quer que ele nunca esqueça o que supõe que ele lhe fez, para que se sinta tão miserável, só e infeliz quanto você. Você tenta humilhá-lo porque se sente humilhada! Mas minha caríssima, isso só vai te arrastar para um buraco cada vez maior! Por quê você não consegue ver ou enxergar isso? Por quê? Eu já tentei te dizer G, nada é culpa minha e nem dos outros TS. Na vida tomamos atitudes e adotamos escolhas que geram novas circunstâncias e nem sempre estas serão aquelas que esperamos. Mas é uma escolha nossa e não de terceiros. Podemos então escolhermos dois caminhos: ficarmos sentados nos vitimizando e chorando nossas frustrações sentados, descontando o que sentimos nos outros, deixando a vida passar diante de nossos olhos, enquanto morremos aos poucos por dentro e por fora, ou podemos pisar no chão, nos levantarmos e escolhermos sermos responsáveis por nossas vidas, encontrando um meio de esquecermos as dores passadas, de perdoarmos quem nos magoou, consequentemente nos perdoando, melhorando nossos relacionamentos com aqueles que amamos e tentando encontrar um caminho onde nos sintamos... pelo menos em paz. Mas como te fazer ver isso querida G? Seu comportamento acaba afastando a todos ao seu redor, os fazendo oscilar entre a raiva, a pena e a culpa pelo que sentem. Ah minha mãe, eu realmente a amo, mas não sei mais como ajudá-la. Alguém aí sabe como fazer aqueles que amamos verem que estão se destruindo por dentro e por fora, se afastando da realidade e do presente? Ela mal acordou e já começou a brigar. Nada de conversas, nada de diálogos. Apenas lamúrias e acusações, todas feitas de modo agressivo. E quando tentei me aproximar, lhe dizendo o quanto a amo, ela simplesmente me afastou. Me olhou chorosa, se afastando de mim como se eu fosse uma cobra venenosa e ácida e disse para que eu a deixasse. Depois para variar me desrespeitou e ofendeu. Nem me lembro o que ela disse... Algo como “Você é a culpada por todos os meus problemas!”, então eu pedi que ela abandonasse o cinismo e me esquecesse. Fingisse que eu havia morrido! Não é o que eu pretendia dizer, afinal ela é a minha mãe... Mas o que você diz a alguém quando ela infinitamente diz que te odeia, que você irá para o Inferno, que é a responsável por todos os seus problemas, que te odeia!? Você grita com ela também e age duramente, mostrando que não é uma rosinha se despetalando, afinal, você já pediu desculpas pelo que reconhece que errou e pediu que vocês tentassem encontrar uma solução, você disse isso muitas vezes até chorando e ela simplesmente te olhou e aproveitou para passar mais uma vez na sua cara o quanto você é miserável, vil e abjeta. Ela usou essa oportunidade para mais uma vez dizer o quanto odeia você e apenas quer distância de você. Então por que simplesmente depois de todo esse desrespeito, você deve abaixar a cabeça como se realmente fosse uma marginal pérfida que reconhece a própria miserabilidade? Eu até poderia dizer que devo ficar calada, e me resignar por respeito à sua dor, pelo amor que lhe dedico e pela gratidão que sinto por tudo de bom que ela fez por mim até hoje como Mãe e como Humana, até mais do que deveria e seria aconselhável, mas aí então, eu estaria colaborando para que ela continue como está, como se lhe desse razão e passaria por cima de minha própria dignidade e quando fazemos isso é porque deixamos de nos amar e então ficamos exatamente como Dra. G: com pena de nós mesmos, imersos na dor, nos arrependimentos, na amargura e na violência. E isso é errado, muito errado... Então preciso me lembrar do que Bob Dylan disse para saber exatamente o que devo fazer... “Aja como você quer ser, e então você será como age.”.
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Beijos e Abraços.
Senhorita T2.

3 comentários:

  1. pra saber o preço da camera e tb as atribuições dela, clique nas fotos... ira abrir o link... bjus

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  2. Me identifiquei bastante com o texo. A minha mãe é parecida com a Dra. G, porém mais calma, ou bipolar pra ficar mais próximo. Nas horas da briga, ela fala o que quer, foge da realidade, fala sem pensar, ofende, e coloca a minha estima na desgraça.

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  3. Rafael,

    acho que todo ser humano pode em decorrência dos problemas e das pressões sociais perder um pouco o controle... A questão é que você quando se sentir assim, precisa respirar, segurar a paciência e num momento mais tranquilo e adequado, conversar sobre isso... sobre como se sente e sobre como espera que isso melhore... Porque respeito, é o que sempre digo, é uma via de mão dupla... E se há agressividade e desrespeito de um lado, com certeza do outro, acabará surgindo também... Sei a que você se refere, pois como leu meu texto, deve saber que é exatamente assim que me sinto... Sendo que o nível de agressividade diário de minha mãe... Como Mãe... ainda não vi em ninguém...

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