domingo, 2 de junho de 2013

EU

Busco no espaço, respostas que em mim não encontro. 
E o que vejo, são reflexos do que sei, mas não compreendo. 
Até quando lutarei por respostas, se não encaro as perguntas?
(Esyath Barret)

Já escrevi muito ao longo de toda a minha vida. Ficção, poesia, prosa, contos, diário pessoal e meu maior investimento: o começo do meu livro. Não o terminei por diversas razões, provavelmente por temer o fim, e decepcionar a mim mesma com um texto ruim, fruto de incapacidade e fracasso.
Existem pedaços de mim espalhados por blogs, arquivos de word, cadernos, guardanapos e agendas. Acho que é um reflexo de como me vejo: um bloco que se fragmentou em pedaços profundos e em partículas finas e superficiais.
Quando encaro esses fragmentos, noto que existem vários portais em mim, que trazem a luz... incontáveis versões de quem sou. Ao mesmo tempo, todas levam a mesma estrada: uma pessoa incompleta.
Alguém que mudou muito, e ainda se transforma constantemente, naquilo que mais abomina, e naquilo que deseja ser. A questão é: quando isso terminará?
Existe algum momento em que você perdoa quem ama, por não ser quem você precisa que seja, e perdoa a si mesmo, por não perdoá-lo, sentindo raiva, frustração, incompreensão e sobretudo... inconformação? Ou você simplesmente esquece, finge que não se importa, preenche esse enorme vazio dentro de si com distrações e segue adiante, porque é isso o que sobreviventes fazem? Existiria uma terceira hipótese, em que você entende que é o único que deve completar a si mesmo, e não sofre mais por nenhuma lembrança ou incompletude?
Busco respostas, e conter-me. Quero mudar e sinto que o fracasso me observa na primeira esquina. Ao mesmo tempo, obtive tantas conquistas... será que conseguirei outras mais?

Senhorita T2, em 02/03/2013 às 14:23hs.